quarta-feira, 19 de agosto de 2015

M77 e as Galáxias Seyfert

As Galáxias Seyfert são um tipo peculiar de galáxias, normalmente espirais, que apresentam um núcleo muito mais brilhante que o resto de sua estrutura. Porém o que as difere de outras galáxias não é apenas isto. Elas chamam a atenção pela presença de linhas de emissão muito fortes inicialmente só encontradas em Nebulosas Planetárias. Em 1943 o astrônomo Carl Seyfert realizou um estudo que reuniu todas as galáxias conhecidas na época com estas características e mostrou que a energia emitida pelo núcleo dessas galáxias é muito maior que a energia emitida pelo resto da galáxia.

Em 29 de outubro de 1780 Pierre Mechain descobriu um objeto nebuloso na constelação de Cetus, a Baleia. Este objeto foi catalogado pelo seu colega Charles Messier, que o descreveu como um "aglomerado com nebulosidade", e se tornou a entrada número 77 de seu catálogo. Ela é considerada uma galáxia do tipo Sb (S de espiral e b pelo fato de que seu bojo tem um brilho similar ao seu disco). Mais tarde descobriu-se o comportamento incomum desta galáxia: ela é uma Seyfert. Assim foi a primeira deste tipo a ser descoberta. A parte mais destacada desta galáxia possui 120000 anos-luz de diâmetro, porém  somando a região mais tênue a galáxia se estende por 170000 anos-luz, sendo uma das maiores galáxias do Catálogo de Messier! Está a 60 milhões de anos-luz de distância.

Esta galáxia pode ser observada por telescópios pequenos e está em uma posição muito fácil de ser encontrada, estando a cerca de 2° da estrela δ Ceti (delta Ceti), de magnitude 4.


O objeto da observação na madrugada de 15/08 era ver a Galáxia de Andrômeda e a Galáxia do Triângulo de binóculo 7x50 e Galáxia do Escultor e M77 com o telescópio. Pensava que, com sorte talvez visse M77. No fim, depois de três tentativas frustradas pela alta umidade que impediu a visualização dos 3 primeiros objetos, parti para M77. Foi fácil achá-la com o Mak 102mm f/12.7 com a ocular de 25mm (52x). Primeiro apontei para δ Ceti com a buscadora Red Dot. Partindo para ocular, apenas tive que mover um pouco o telescópio para o leste e lá estava a galáxia.


Na observação ela se parece como uma estrela levemente desfocada. Prestando atenção é possível ver um tênue halo ao redor, evidenciando o fato de que galáxias Seyfert possuem uma grande emissão de energia na região central comparando-se com o resto da galáxia.

Fontes:
http://www.on.br/ead_2013/site/conteudo/cap29-galaxias-ativas/seyfert/seyfert.html
http://astro.if.ufrgs.br/AGN.pdf
http://messier.seds.org/m/m077.html
https://www.youtube.com/watch?v=93WQ6N054SA&index=2&list=PLxI8Can9yAHfJ2sGxMii8mJ6maoCj9AtU
https://www.youtube.com/watch?v=lsBVQ9QDdG4&list=PLxI8Can9yAHfJ2sGxMii8mJ6maoCj9AtU&index=10

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Observando Urano.

Quando se fala em observar planetas, Urano é esquecido. Um planetinha pequeno no céu, visível a olho nu somente em lugares longe da PL, já que sempre fica próximo ou passa da magnitude 6, magnitude limite de observação a olho nu (alguns dizem que em céus perfeitíssimos e com olhos "treinados", esse limite pode chegar a magnitude 7). Isso torna achá-lo com o telescópio de um céu suburbano uma tarefa difícil.

Com o frio de 14ºC as 5 da manhã acordo para achar Urano. O céu estava com boa transparência e em regiões do céu com PL baixa (principalmente a oeste/sudoeste/sul) a magnitude limite a olho nu era de 4,5. Na região onde Urano estava, ao norte, a magnitude limite era um pouco menor, 4,25. Havia uma estrela de magnitude 4,25 ao lado de Urano, mas observando atrás de uma tela de proteção na janela qualquer estrela a cima da magnitude 3 é impossível de ser vista a olho nu e até mesmo pela buscadora, pois a tela atrapalha e confunde muito a visão. A estrela mais próxima que atingia os requisitos para ser vista a olho nu era Algenib (Gamma Pegasi), de mag. 2,8. É a partir dela que a "caminhada" para achar Urano começa.

Sigo diversos asterismos imaginados na hora usando o Stellarium até chegar na estrela Delta Piscium. Esta está quase do lado de Urano e por isso a partir daí foi fácil de achá-lo. Urano é incrível de observar, uma bolhinha azul esverdeada minúscula. Com a ocular de 20mm (35x) é muito difícil perceber a esfera, mas com a ocular de 6mm (116x) a tarefa vira fácil. Isso porque eu tive a sorte de pegar o céu com pouquíssima turbulência.



E claro que não poderia deixar Urano sem fazer algum registro dele!



Netuno que me aguarde...

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domingo, 4 de agosto de 2013

Neve Histórica na Grande Florianópolis

No dia 23/07/2013 quem mora na região de Florianópolis teve uma surpresa ao olhar para o Morro do Cambirela / Serra do Tabuleiro (fica em Palhoça-SC). Tudo branco de neve  nos topos dos morros! A última vez que essa região registrou uma grande nevasca foi em 5 de Julho de 1942! Nesse dia Palhoça virou Barilhoça (hehe).








Link para o vídeo (resolução até full HD): http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=eIHpLD2Z-0A

Todas essas fotos e o vídeo foram feitos da Beira-Mar de São José-SC!


Peguei a imagem do Google Earth e fiz algumas marcações e indiquei algumas distâncias. A Serra do Tabuleiro está circulada de laranja. Os lugares em que houve neve estão com "pontinhos brancos". Marquei também a Beira-Mar de São José, de onde fiz as fotos e o vídeo. Eu estava a 15 km da Serra do Tabuleiro.

Mapa sem as marcações.


Esta imagem é uma parte da primeira imagem do post. Aqui eu aponto as regiões que indiquei no mapa. Algumas regiões onde nevou no Morro do Cambirela não aparecem pois estou no chão...

Obs: vale lembrar que o Morro do Cambirela faz parte da Serra do Tabuleiro!

Como bom observador, amo céus limpos, mas um pouco de neve em lugares que nunca neva não faz mal a ninguém!

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domingo, 7 de abril de 2013

sábado, 9 de março de 2013

Animação: Evolução do cometa Panstarrs


Animação da evolução do cometa feita por mim. Já que as nuvens não deram nenhuma oportunidade de observação deste belo cometa, resolvi pegar imagens do portal SpaceWeather.com e fazer uma animação. Na imagem está o nome do autor da foto, a data em que foi tirada e a distância em Unidades Astronômicas (AU, 1 AU é a distância entre a Terra e o Sol) do cometa ao Sol. Periélio em 10 de março.






Acelerado:




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Lemmon - O melhor registro até agora.

Finalmente um registro digno do Lemmon. Usando as 20 melhores imagens que consegui. E a técnica de criar estrelas falsas para alinhar as imagens no DSS, algo que eu não conseguia antes. Ele caiu direitinho... E este foi o resultado:


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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

C/2012 F6 Lemmon - Mais um registro.

Desta vez fiz um registro bem melhor do que os outros.



Em maior tamanho: http://img822.imageshack.us/img822/5575/c2012f611022013.png

Ele já está visível a olho nu em um local bem longe da PL (magnitude mais ou menos 5,5) e a previsão é que ele chegue pelo menos na magnitude 4 em Março.

Ele está no limite das constelações de Oitante e Tucano e se aproximando do Aglomerado Globular 47 Tuc.


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